quarta-feira, 10 de abril de 2013

Terceiro dia - 08 abril. Impressões do Zampa



Saimos por volta das 07:00hs da manhã de Araguaçú. Sei que a esta hora já deviamos estar na estrada, mas acabamos por esperar o café da manhã da pousada. Depois de uma centena e meia de estrada de asfalto, quase passamos a placa que indicava: Cocalinho, 64 km. Era a nossa senha! Finalmente iriamos enfrentar uma estrada de terra que estava na área de influência direta do famoso Rio Araguaia que não pudemos cruzar na altura da Ilha do Bananal, entre Formoso do Araguaia (TO) e São Félix do Araguaia (MT) e nem em Luiz Alves (GO) porque segundo nossas fontes tudo estava inundado rio abaixo (norte, no mapa). De fato a estrada era de terra mas havia lama somente em alguns pontos. Nada pesado. Mas as marcas estavam lá: havia "panelas" que tomavam toda a largura da estrada, algo com um diametro de 7, 8 metros e, algumas com cerca de 1,5 a 2,0 de fundura. Isso indicava o que teria sido aquelas "lagoas" semanas atrás... Á medida que avançávamos, mais ficávamos próximos ao Araguaia. Em um trecho, o rio tinha arrastado mais da metade da largura da estrada.

Chegamos finalmente ao fim da linha: uma clareira recém aberta na margem do rio indicava que ali era o atracadouro da balsa. Do outro lado, Cocalinho, com seu Cristo Redentor se destacando na paisagem de casas horizontais, cercadas de muito verde. 
 
Das margens podiámos ver prainhas brancas do rio. Sinal de que as águas estavam baixando. Vindo do outro lado um pobre e velho rebocador se esforçava para empurrar uma balsa que levou quatro picapes e jipes e um caminhão. Lenta e desajeitadamente íamos cruzando o rio. Travessia lenta, encalorada, mas charmosa e de futuro curto: as estruturas de uma moderna ponte já estão fincadas. Com ela certamente virá o asfalto. Doravante vamos cruzar o Araguaia (como já se faz em outros pontos) a 100km/h. Chega o progresso, morre o encanto.





Almoçamos em Cocalinho e pusemos as viaturas em marcha. Dali, nosso próximo destino era Nova Nazaré, a cerca de 120 km, mas antes teríamos que atravessar um outro grande rio: o das Mortes. Pequenos rios de água cristalina e pontes e mais pontes feitas com pranchas de madeira se sucediam, nem todas muito firmes. Certamente foi uma dessas que "doou" um prego de uns 10 cm para um pneu traseiro da savana de Newton. Pouco mais de 1 km após passarmos por um bar/restaurante/borracharia, o prego mostrou ao que veio! Colocamos estepe/socorro e voltamos. Lá constatamos o estrago: entrou na banda de rodagem e, por conta do tamanho, rasgou a lateral. Reparos feitos, borracheiro garantindo que aquilo jamais voltaria a furar, voltamos à estrada.

Finalmente chegamos às margens do magestoso Rio das Mortes. Uma balsa nova, empurrada por um potente rebocador fez a travessia ser tão rápida que mal deu tempo de curtir a linda paisagem. De novo aceleramos rumo a Nova Nazaré e seguiriamos rumo a BR 158. Alguns poucos quilometros de asfalto e uma bifurcação: ir reto, era o que queríamos, mas uma placa improvisada dizia que havia uma ponte quebrada. A funcionária dos Correios de Nova Nazaré, onde fui sacar uns reais, havia se lembrado da ponte, mas disse que já estava consertada graças à ação conjunta de uns fazendeiros. Assim, apesar da placa, decidimos ir ver a ponte: 07 km depois chegamos ao local e pudemos conferir: obras abandonadas, cratera enorme; a força da água de um pequeno riacho tinha arrastado tudo. Anotem: a funcionária dos Correios, pode ser simpática e solícita mas, definitivamente, não é a melhor fonte sobre as condições das estradas... A situação nos obrigou a voltar ao entrocamento e pegar outra estrada de terra - essa bem melhor - rumo a Água Boa, nas margens da BR 158. Daí, rumo norte, asfalto. Cerca de uns 20km antes de Ribeirão Cascalheira, já no cair da noite, Newton chama pelo rádio para dizer que o pneu voltara a ficar mucho. Com faróis acessos, trocamos novamente sentindo o trepidar do chão ao passar, ao nosso lado, carretas de 09 eixos, a mais de 100km/h!



Finalmente chegamos pr volta das 19:00hs e decidimos consertar o pneu pela manhã. Fomos dormir depois de tomar umas " cristal" bem geladas e comer uma comidinha honesta.

3 comentários:

  1. Todo dia ao chegar em casa não vejo a hora de entrar no blog para saber das aventuras, nõ deixem de atualizar. Boa sorte e abraços
    Adelço Filho

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  2. Adoramos a ideia do blog! Ficou otimo!Estamos acompanhando todo di! Pelo jeito essa aventura vai render muitas historias! Aproveitem mesmo!Que Deus ilumine o caminho de voces.Saudades, pai. Beijos da Lol e do Victor.

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  3. to adoraando essas noticias! adorei o telefonema hj do meio da estrada! brigada tim por encurtar essa fronteira! boa viagem, pai!! que Deus continue sendo seu companheiro! e sem mais pneus furando!! hehe

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