Desta vez não foi preciso antecipar-se aos galos. Como Newton
precisou ajustar o funcionamento do seu ar condicionado, sobrou tempo
na pousada para esperar e tentar começar o trabalho no diário, o
que acabou não acontecendo. O dia seria intenso porque nos
planejamentos preliminares atravessaríamos a divisa com o Tocantins
e, com um tanto de sorte, sobraria claridade para alcançar também
Goiás.
Às 10:15 partimos pelos caminhos de soja, sorgo e milho que nos
acompanhariam até a TO040, através da qual cruzaríamos o novo
estado. Nos postos fiscais entre um estado e outro, uma pausa para
acalmar os ânimos estomacais com uma maçã e para o devido
reconhecimento das baterias dos rádios.
Posto Fiscal na TO040 |
Zamparoni e Newton ao lado da Savana |
TO040 |
Bastou que arrancássemos para que Zampa nos arrumasse uma piada
esclarecedora: a condição da TO040, na divisa entre Bahia e
Tocantins, é quase uma propaganda para o governo Wagner. Se bem que
a brincadeira pudesse ser fruto apenas de certa cortesia advinda da
enorme semelhança entre os dois, na verdade, ela era bem merecida.
Os primeiros trechos da rodovia tocantinense faziam sentir muita
falta dos tapetes que encontramos ate ali.
A paisagem do Cerrado se anunciava e expandia à medida que
avançávamos e os Buritis iam-se tornando uma constante e belíssima
companhia.
Buritis na estrada |
Também o céu e os rios faziam-se mais vastos e alguns
deles mereceram de fato uma pausa para fotografias. O Rio do Peixe, a
caminho de Natividade (TO) foi o primeiro.
Rio do Peixe (TO) |
Em seguida, num trabalho voluntário de ajuda aos viajantes, Zampa
livrou a placa do mato crescente que a encobria e permitiu que nós e
futuros passantes soubéssemos que a ponte a seguir estendia-se sobre
o Rio Tocantins.
Rio Tocantins |
Rio Tocantins |
No começo da noite encontramos Araguaçu (TO), uma cidadezinha cuja
simpatia das moças parece existir para compensar a discrição de
todo o resto. Nos hospedamos num hotel bastante simples apesar do nome
pomposo: Bruna's Park Hotel. Foi possível entrar na internet, graças
a Jesus. Ou melhor, JESUS. Essa era a senha de acesso à rede
wireless no local, e também o café da manhã nos saiu bastante
religioso. Digamos, franciscano. Apesar da simplicidade, nada era
ruim e a permanência no Tocantins deixou, certamente, boas
impressões.
No dia seguinte, cruzar o estado de Goiás para alcançar o Mato
Grosso e as suas estradas de terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário